quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Mais qualidade de vida para deficientes auditivos

Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 500 milhões de pessoas no mundo apresenta algum grau de deficiência auditiva. Só no Brasil, esse grupo conta com, aproximadamente, 15 milhões de pessoas. Mas o avanço da medicina tem melhorado cada vez mais a qualidade de vida desses indivíduos, com o desenvolvimento de aparelhos auditivos.

De acordo com a fonoaudióloga Ana Lúcia Gayoso Neves Louza Sallum, especialista em Audiologia Clínica e Ocupacional, crianças, adultos ou idosos com perda auditiva condutiva, mista ou sensorioneural, não importando se a configuração é ascendente, descendente ou plana, apresentando diversos índices de discriminação, assim como as perdas auditivas de grau leve a profundo, podem fazer uso dos acessórios.

A especialista ressalta que, em alguns casos, o indivíduo pode voltar a ouvir perfeitamente, mas o nível dessa qualidade varia dependendo do grau da perda auditiva, da época da protetização, da qualidade da prótese auditiva e da habilitação ou reabilitação do paciente. “Mas, na maioria das vezes, o indivíduo é bastante beneficiado”, garante.

Segundo Sallum, a condição básica para a utilização do aparelho é a avaliação médica do Otorrinolaringologista e o encaminhamento do paciente ao profissional especialista em aparelhos. A fonoaudióloga conta que, hoje em dia, as crianças já podem ser protetizadas a partir dos 6 meses de idade, por isso a importância do “teste da orelhinha” ao nascimento, que detecta deficiência, caso o bebê possua alguma. De acordo com Sallum, o diagnóstico precoce da deficiência auditiva favorece muito o prognóstico das crianças, principalmente, em relação ao desenvolvimento da linguagem.

“Tão importante quanto o incentivo de uso do aparelho auditivo é o cuidado que o profissional da área deve ter em garantir o acompanhamento contínuo após a adaptação inicial”, destaca Sallum. De acordo com ela, desde o início do tratamento, o acompanhamento do fonoaudiólogo auxilia o paciente no processo de adaptação, esclarecendo dúvidas e dando todas as orientações para melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no aparelho auditivo. Inicialmente, o paciente retorna ao consultório com maior freqüência, mas, após a adaptação, o intervalo entre uma consulta e outra aumenta.

Aos adultos e às crianças maiores de 1 ano de idade que apresentam surdez profunda e que não tenham se beneficiado com aparelhos auditivos tradicionais, é indicada a cirurgia de implante coclear. “O implante é um dispositivo eletrônico que substitui a função da cóclea, transformando os sinais sonoros em impulsos elétricos e fazendo com que o paciente possa ouvir”, ressalta.

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